O mundo pré pandemia já apresentava um comportamento de mudanças exponenciais movido pelos avanços tecnológicos em ritmo acelerado e com excesso de informações, um mundo descrito pelo acrônimo, do inglês, VUCA: volátil, incerto, complexo e ambíguo (volatility, unpredictability, complexity, ambiguity).
A pandemia potencializou todo esse cenário. É difícil encontrar uma pessoa que não se sentiu ansiosa e cheia de incertezas em 2020.
Para o artigo de conclusão da especialização em Logoterapia e Análise Existencial, Ana Alegre, mentora de líderes e empreendedores, se deparou com o relatório do ISMA apontando o Brasil como o 2º lugar no mundo em casos de Burnout diagnosticados.
A partir de então, decidiu abordar esse assunto no artigo e entrevistar 55 empreendedores, aplicando uma ferramenta logoterapêutica que ajuda a medir o nível de desgaste emocional que leva ao Burnout.
“Realizar a pesquisa foi uma experiência transformadora para mim, foram muitos os aprendizados.” relatou Ana.
A seguir, confira mais sobre!
O que é a Síndrome de Burnout?
O termo, que vem do inglês “burned out” e que pode ser traduzido como “queimado”, foi usado a primeira vez em 1974 pelo psiquiatra Herbert Freudenberger, que atuava como assistente voluntário numa clínica de recuperação de toxicodependentes em Nova York.
Durante o trabalho, o Dr. Herbert percebeu que os voluntários que cuidavam dos pacientes toxicodependentes, em sua maioria jovens, iniciavam nesse serviço com grande entusiasmo, movidos pela causa, porém, com o passar do tempo, o contato com os desafios do ambiente toxicológico levava-os à depressão e a desenvolverem transtornos emocionais.
Essas pessoas se transformavam em pessoas esgotadas e tristes. O quadro dos voluntários evoluiu para falta de compreensão com os pacientes, comportamento apático e indiferente frente aos demais integrantes da equipe e agora pessimista diante do tratamento.
Em maio de 2019, a Organização Mundial da Saúde (OMS), revisou a definição abordando que o Burnout não é uma doença, mas uma síndrome resultante de “estresse crônico no trabalho e que não foi administrado com êxito”.
O Burnout no Brasil e no mundo
No cenário pós pandêmico, houve um aumento da incidência da Síndrome de Burnout, o que gerou diversos estudos buscando avaliar o impacto da síndrome.
Dentre os resultados, a estatística de que 86% dos que passaram a trabalhar de casa em tempo integral apresentam os sintomas da Síndrome de Burnout é bastante relevante. Outro dado diz respeito à pressão por entregas, em que 67% dos trabalhadores remotos se sentem pressionados para estarem disponíveis durante todo o tempo e 45% relatam trabalhar mais horas do que antes, situações que promovem o estresse entre os profissionais.
No Brasil, a situação também é preocupante, pois o país ocupa o segundo lugar no ranking mundial da síndrome, segundo levantamento da International Stress Management Association (ISMA). Conforme o estudo, o Brasil fica atrás apenas do Japão que apresenta 70% da população atingida pela síndrome.
Como prevenir e tratar o Burnout?
Como falamos no início deste artigo, Ana Alegre desenvolveu uma pesquisa com 55 empreendedores, aplicando uma ferramenta logoterapêutica que ajuda a medir o nível de desgaste emocional que leva à síndrome.
75% dos respondentes apontaram que lidar com pessoas têm sido a sua maior fonte de desgaste emocional. Um índice que traz o questionamento do fato de vivermos em uma época em que as temáticas de inteligência emocional e desenvolvimento pessoal são tão acessíveis, processos psicoterapêuticos também serem bastante difundidos, e mesmo assim, termos um índice tão alto de doenças e transtornos como a Síndrome de Burnout.
Aplicar a logoterapia na prática pode trazer mais propósito para a sua liderança, além de prevenir o Burnout. Quer saber como?
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